Investimento em educação, passe livre irrestrito para os estudantes, reforma política, democratização da mídia e repúdio à homofobia foram temas de primeira ordem no ato nacional que seguiu rumo Congresso Nacional. Para presidenta da UBES, Manuela Braga, é impossível não ouvir a voz que vem das ruas. “O movimento estudantil clama por mais vitórias. Depois da suada aprovação na Câmara, destinando os royalties do petróleo e do fundo social do pré-sal para educação, esperamos pressionar para que não tenhamos nenhum retrocesso. Ainda temos outras prioridades, como o passe livre estudantil e qualidade no transporte, problemas que batem de frente com o aumento da evasão escolar nas escolas”, comentou.
A defesa por mais investimentos em educação recebeu real destaque entre a estudantada durante a marcha, demonstrando entendimento da pauta. Com o rosto pintado e a bandeira do Brasil sobre as costas, o secundarista do Centro de Ensino Elefante Branco (Brasília), Leonardo Matheus, de 16 anos, contou que houve uma forte mobilização nas escolas. “Apesar de estarmos em período de gincana, a diretoria da UBES foi nas salas, explicou o que é os royalties e o que é reforma política, depois a galera começou a perguntar sobre outros assuntos pra ajudar a mobilizar mais turmas”, relatou o jovem que é presidente do grêmio Honestino Guimarães. Ele ainda encheu os pulmões pra lembrar que a própria escola ajudou a pressionar e aprovar a lei da reserva de vagas.
#Vemprarua
Em cima do carro de som, o estudante do curso de Direito do Centro Universitário de Brusque (Unifebe), Yuri Becker, ajudava a organizar o início da caminhada. “As manifestações são pra demonstrar que estamos buscando e queremos mais, evoluímos muito nos últimos 12 anos na educação brasileira, mas é preciso mais. Como em Santa Catarina e por todo país, precisamos ampliar os campus, as universidades estaduais e federais, precisamos garantir o passe livre e a democratização da mídia”, destacou.A presidente de grêmio do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Santa Catarina, Franciane Martini, de 16 anos, ressaltou a necessidade da permanência da juventude nas ruas. Depois de 25 horas de viagem, a secundarista afirmou que “há muito o que mudar, mesmo aqui ou em Santa Catarina, onde várias cidades restringem o transporte para os estudantes com número de passagens diárias limitadas”.
Esse grito incessante permanece na fala dos demais que encheram de cor o Distrito Federal. De cima do carro de som, o presidente da União Estadual dos Estudantes do Mato Grosso, Rarikan Heven, puxava as palavras de ordem durante a concentração na Biblioteca Nacional. Ele, que veio junto com os secundaristas e estudantes da Universidade Federal, afirmou que a galera veio determinada. “Vamos aproveitar a marcha para ir até a bancada de Mato Grosso no Congresso para que eles recebam diretamente as nossas pautas, como o financiamento do passe livre no estado”, afirmou.