UNE E UEE-SP APROVAM “CARTA DE IBIÚNA” E CONVOCAM PARA 5º PROTESTO CONTRA AUMENTO DAS TARIFAS

Mais de 50 mil pessoas deverão ir às ruas nessa segunda-feira, 17 de junho, para participarem da 5ª manifestação contra o aumento das tarifas do transporte público. A concentração está marcada para às 17h no Largo do Batata, zona oeste de São Paulo.
A convocação para engrossar a manifestação foi feita na tarde deste domingo (16) pelos dirigentes da União Estadual dos Estudantes de São Paulo (UEE-SP) e da UNE, durante a plenária final do 11º Congresso da entidade paulista, realizado no último fim de semana, de 14 a 16 de junho, em Ibiúna, localizada a 63 km da capital.
Os presentes ao Congresso aprovaram a “Carta de Ibiúna”, documento que convoca os estudantes a participarem da luta por um transporte público mais acessível e pelo direito democrático da livre manifestação.
A “Carta de Ibiúna” foi aprovada durante a votação que elegeu para a presidência da UEE-SP, na tarde deste domingo, a estudante de economia da UNIP Carina Vitral. Poucas horas após ser eleita, a nova presidenta da entidade e já estava de volta à capital paulista, para participar de uma reunião na sede das entidades estudantis na Vila Mariana.
“É preciso garantir o acesso universal ao transporte que está sendo negado à população com a tarifa abusiva. Mas também vamos às ruas para lutar contra a cultura da violência praticada pela polícia do [Geraldo] Alckmin. Somos estudantes lutando por um direito do cidadão e esperamos diálogo com as autoridades, ao invés de cassetetes, gás lacrimogêneo e balas de borracha”, falou a presidenta da UEE-SP convocando os estudantes a participarem do ato.

Reunião

Após o Congresso, as organizações e movimentos ficaram reunidos até as 23h na sede das entidades estudantis para discutir e organizar os estudantes para a manifestação de hoje (17/06). Participaram representantes do: Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Centro Popular de Cultura da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES), Juventude Pátria Livre (JPL), Levante Popular da Juventude, União da Juventude Socialista (UJS), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), União Paulista dos Estudantes Secundaristas (UPES) e Organização Continental latino-americana e Caribenha de Estudantes (OCLAE).

Acampados

Muitos dos estudantes que participaram do 11º Congresso da UEE-SP em Ibiúna e foram a São Paulo para a reunião decidiram acampar na sede da entidade, para participarem da manifestação pela redução das tarifas.
Vindos de diversas regiões do Estado eles voltariam hoje para casa. Evelyn Porfirio de 20 anos e Isabela da Silva de 19 anos, alunas da FATEC de São Sebastião, no litoral norte de São Paulo fazem parte desses estudantes.
“Aproveitamos que já estávamos aqui e resolvemos ficar. Essa realidade é de todo Estado, e do País. É uma luta de toda a população”, disse Isabela. Evelyn disse que na sua cidade deverá ter uma manifestação contra preço do transporte na quarta-feira. Em São Sebastião tem passagem de até R$ 5,85 dentro do próprio município. Muitos estudantes até desistem de estudar”, destacou.
Marcos Paulo Silva, estudante da UNIP-Campinas disse que não se importou em ficar acampado mais um dia na sede da UNE, nem com o frio e a chuva que está fazendo na capital. “Não é só pelo preço da passagem, já se tornou uma luta pela liberdade de expressão, em nome do nosso direito”, afirmou.

Pela redução

O estopim para as manifestações na capital paulista foi o aumento de R$ 3 para R$ 3,20 nas tarifas de ônibus, trem e metrô. O impacto deste acréscimo nos bilhetes do transporte público é alto: um trabalhador que recebe um salário mínimo do Estado de São Paulo (R$ 755) e que utiliza um ônibus e um metrô para ir e um ônibus e um metrô para retornar do trabalho terá gasto, ao final do mês, R$ 200, valor que representa mais de 26% do total de sua renda.
A primeira passeata ocorreu na quinta-feira (06/6) e fechou Avenida 23 de Maio, a Paulista e a 9 de Julho. No dia seguinte (07/6), os manifestantes fecharam a Marginal Pinheiros. Na terça-feira (11/6), 3ª manifestação contra o aumento a polícia aumentou a truculência reprimindo o protesto em frente ao terminal Parque Dom Pedro II. Na quinta-feira (13/6) a PM espalhou um verdadeiro caos e clima de guerra na Rua da Consolação, Augusta e arredores. Várias pessoas ficaram feridas, inclusive jornalistas e pessoas que nem participavam da manifestação.

Na sua opinião, qual política de Assistência Estudantil esta em falta aos estudantes de Guarulhos?